Espirros seguidos, congestão nasal e uma coceira nos olhos e no nariz que parece não acabar nunca. A rinite é uma das doenças respiratórias mais comuns. A versão alérgica, em que a pessoa nasce com ela e a manifesta ainda na infância, acomete até 30% da população mundial.
       O que preocupa os cientistas, agora, é que um outro tipo dessa inflamação, que atinge a mucosa nasal, ganha espaço nas cidades, especialmente em metrópoles poluídas como São Paulo: a rinite irritativa.
Em um ano, as queixas nos consultórios de pacientes adultos que nunca tiveram o problema aumentaram 30%, segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). A prevalência da doença já é calculada em 10% da população geral, com tendência de aumento.
E o crescimento econômico é apontado como vilão pelos médicos. O tempo seco do último inverno, que foi intenso e durou semanas seguidas, leva parte da culpa. Mas teria feito menos estrago se estivesse sozinho, não em companhia de poeira levantada por obras, pó acumulado nas casas e a poluição, especialmente de automóveis.
        'Entre as doenças respiratórias, a rinite foi a única que registrou aumento além do esperado e em pacientes que nunca tiveram nada parecido', diz a otorrinolaringologista Francine Pádua, membro da diretoria da Academia Brasileira de Rinologia. Os poluentes no ar são os principais responsáveis pela rinite irritativa. 'Partículas nocivas acumuladas na atmosfera aceleram inflamações da mucosa nasal', diz o otorrinolaringologista João Mello Junior, chefe do Ambulatório de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
          Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), na capital, mostram que nas oito estações que medem a qualidade do ar houve uma redução de 40,5% nas medições consideradas boas entre abril e setembro deste ano, em relação a 2009. Choveu pouco. E a frota de carros ganhou mais de 250 mil veículos desde setembro do ano passado. 'É como se estivéssemos com a cabeça no aspirador de pó', diz Mello Junior.


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